segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A caixa de lápis

Ele era do tipo que adorava as cores dos lápis coloridos que ganhava todo ano no começo das aulas.
Quanto maior o número de cores, maior era sua felicidade, e as horas que perdia apreciando cor a cor.
Deitava-e se no chão e espalhava todos os lápis novos, olhando por um angulo quase reto, descansava-se a vista para que com o desfoque pudesse ver as cores se misturando.
Logo, as 12 cores se tornavam 36, e isso o fazia feliz.
Aprendeu assim a multiplicar cores e beleza, e logo o melhor sempre era visto.
Até que conheceu o lápis 2b e seu grafite forte e sombrio, e nele também conheceu outro tipo de beleza. E foi conhecendo outras, e outras, e outras...
Até que um dia, a beleza de multiplicar cores apenas com o olhar foi sendo esquecida, junto de tantas outras coisas... E aquele universo de cores que via sempre que queria, se tornou nulo e sem força.
Mas ele, que acredita que suas luas devem estar em algum signo teimoso, continuou a tentar, tentar, e mesmo sem ver tanta beleza, ainda se vê deitado no chão procurando o jeitinho de encontrar.

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