É, e eu nasci num mundo estranho, bem mais estranho do que aquele que minha mãe nasceu, e que hoje é mais estranho do que na época que eu nasci -- os tempos passam, minha gente!
Pulamos gerações, evoluimos (de certa forma) rapidamente, chegamos num ponto onde nos perguntamos o que é mais importante, se o poder, modernidade, a vida pop, ou a própria vida, aquela vida que tem um coração involuntário que pulsa, olhos que vêem e se emocionam, pernas que correm e se cansam, braços que ficam moles ao sentir a pessoa amada. Enfim... O que seria mais importante?
Todos nós hoje sentimos a necessidade de ser celebridades, seres-carcaças, por isso o grande sucesso da internet e do orkut em específico. Alguns perfis, por exemplo, fazem o tipo "quero aparecer, mas não quero aparentar", como o perfil todo protegido, com fotos e recados bloqueados e pondo nele afirmações do tipo "Vou cuidar da minha saúde, pois da minha vida já cuidam". Outros, num estilo mais "foda-se", adoram aquelas frases "sua inveja faz a minha fama" ou "sou o que sou e não o que pensam", enfim, toda essa filosofia de boteco, ou de quem não tem nada na cabeça (não, carecas do meu Brasil, não estou falando de vocês, calma!)O pior da minha geração (sim, ainda é a minha geração!) é que podemos chamá-la de geração fast-food, e não apenas em relação aos alimentos, mas em tudo. Se hoje queremos algo é só digitar algumas palavras e pronto. Tudo vem pronto de fábrica, sem trabalho, sem esforço, tudo é embalado, padronizado e rápido. Até o amor, até a relação humana. E acaba que viramos máquinas, ou vítimas de nossos dengos, nossas necessidades rapidamente saciadas... No final, o mal do século é a solidão, ninguém se suporta, ninguém é de ninguém, ninguém se ama e ninguém ama a si mesmo. Somos máquinas, máquinas de saciar nossos prazeres.
Digam o que disserem, o mal do século é a solidão
Você ama. Você ama. Você ama.