sábado, 24 de setembro de 2011

Eu crio super-heróis, eu crio madres Teresas e Chicos de Assis.
Eu não os crio como um deus os criaria, desde o começo, eu os crio no meu olhar, por cima de pessoas.
Isso é egoísta, talvez, mas eu juro que é por puro amor, por pura necessidade ou vontade de amá-las. Eu crio porque preciso maquiar ou ignorar seus defeitos.
Eu crio verdadeiros intocáveis, tais como filhos falecidos de uma mãe chorosa. E eu os amo, como os amo.
Eu crio um verdadeiro altar no meu coração, e deposito flores todos os dias. Flores frescas que logo ressecam pelos ares frios que o invade. Eu crio imagens sagradas de puro gesso e ilusão.
Não é por mal, é pela necessidade de ter imagens no meu altar, e se não for verdadeiros consagrados, não cabem, não ornam.

Mas é dolorosa a queda, o perceber, o sentir da realidade. Isso sempre vem. E eu percebi que não amava-os mais pela imagem que criei, mas sim por serem o que é. O que realmente é. Mas quanto a mim, só fui um simples altar, sem grandes perspectivas. Uma peça, um local, sem menor importancia. Uma imagem consagrada não deixa de se-la pela falta de um altar, mas um altar logo deixa de se-lo pela falta de suas consagradas imagens.

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